segunda-feira, 31 de março de 2014

O Lado Bom da Vida - Matthew Quick

[foto da web]
O Lado Bom da Vida é narrado como se fosse um diário a partir da perspectiva de Pat Peoples, um ex professor de história, na casa dos 30 anos que foi internado em uma clínica psiquiátrica ou o “lugar ruim”, como ele costuma chamar. Pat é complexo, ingênuo, e dono de um coração de ouro. Tudo isso o torna extremamente cativante e logo você começa a torcer por ele, e, por sua história. Pat não sabe há quanto tempo, nem por quê está no “lugar ruim” e deseja mais que tudo na vida que o fim do “tempo separados”, entre ele e Nikki, chegue logo, e para que isso aconteça, ele decide praticar “ser gentil em vez de ter razão”.

A vida é escrota, aleatória e arbitrária, até que se encontre alguém que faça tudo isso fazer sentido, mesmo que apenas temporariamente.

Não quero ficar em um lugar ruim, em que ninguém acredita no lado bom das coisas, no amor ou em finais felizes.

Jeanie, sua mãe, o tira do “lugar ruim” e o leva para casa, mesmo sabendo que as coisas não serão nada fáceis. Uma vez de volta ao mundo, Pat tentar recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, e para isso ele decide reorganizar sua vida, sempre enxergando o melhor lado das coisas, e ainda entrar em forma, para que assim Nikki decida acabar logo o “tempo separados”. O problema em está de volta é que todos se recusam a comentar sobre os acontecimentos do passado ou contar-lhe o real motivo da sua internação.

Deus, eu não pedi um milhão de dólares. Não pedi para ser famoso e poderoso. Nem mesmo pedi que Nikki me aceitasse de volta. Só pedi um encontro. Uma única conversa cara a cara. Tudo que fiz desde que saí do lugar ruim foi tentar melhorar — para me tornar exatamente o que Você quer que todos sejam: uma pessoa boa.

Nosso protagonista acredita que a vida pode ser comparada à um filme, só que sempre com finais felizes. E decorrente disto, ele se mostra indignado com os desfechos pessimistas de certos livro que ele lê durante a trama, entre eles; “O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgeral”, “A Redoma de Vidro, Sylvia Plath”, “Adeus às Armas, Ernest Hemingway”, “A Letra Escarlate, Nathaniel Hawthorne” e, “As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain”. 

E, para estabelecer uma melhor relação com seu pai, Patrick, ele volta a ser um fiel torcedor dos “Eagles”, seu time de futebol americano, o que acaba estreitando sua relação com o seu terapeuta Dr. Cliff, seu pai, e com seu irmão, Jake. Eu me diverti bastante durante os momentos que eles cantavam e encenavam a música de seu time, “Voem, Eagles, voem”.

Estou achando que esta é a parte do meu filme em que parece que nada vai dar certo.

Depois do Pat, todo o meu destaque e entusiasmo vai para Tiffany, que apesar de ser problemática, e maluquinha, é uma ótima pessoa, que adora praia, correr, dançar e acaba se revelando uma mulher frágil, mas, divertida. E, não poderia deixar de ressaltar que a sua essencial, sempre verdadeira, de gênio forte, foi o que mais me encantou.

Parece triste. Parece com raiva. Parece diferente de todas as outras pessoas que conheço. Ela não consegue fingir aquela expressão feliz que os outros fingem quando sabem que estão sendo observados. Ela não precisa fingir comigo, o que me faz confiar nela, de certa forma.

Em meus braços está uma mulher que me deu uma Tabela de Nuvens do Observador do Céu, uma mulher que sabe todos os meus segredos, uma mulher que sabe quão problemática é a minha mente, quantos comprimidos eu tomo, e que ainda assim permite que eu a abrace.

Mesmo progredindo com o fisiculturismo, a medicação e a terapia, por que Pat e Nikki estão separados? Por que ele ficou emocionalmente instável? São respostas que obteremos com um grande e inesperado desfecho, quase no final do livro.

Por que Você nos deu tantas histórias sobre milagres? Por que você enviou seu Filho do céu? Por que você nos deu filmes, se a vida nunca acaba bem? Que merda de Deus é você? Você quer que eu seja infeliz pelo resto da minha vida?

Eu amei o livro, que é de um enredo simples, agradável, inspirador e emocionante, e nenhum pouco apelativo, onde Matthew Quick ao escrever este romance pouco convencional, que não é em nada clichê, mas que nos mostra que podemos sim ter esperança, fidelidade e sempre acreditar no amor e no lado bom da vida.

Se as nuvens estão bloqueando o sol, sempre tento ver aquela luz por trás delas, o lado bom das coisas, e lembro de continuar tentando.

O mundo encontrará várias e várias maneiras de te machucar, mas você vai encontrar uma pessoa que te traga tanta felicidade e que te ame tanto que as feridas do mundo não vão mais te atingir, porque ela te protege, ela te ama, e acima de tudo você ama ela.

O para sempre começa hoje a noite.
[foto da web]

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